O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma importante causa de morbidade em crianças pequenas, principalmente prematuras, e em idosos com idades superiores aos 60 anos. Durante a atual pandemia de COVID-19, tem também sido descrita com frequência não desprezível co-infecção de VSR com o SARS-COV-2.

O único agente atualmente disponível para o combate às formas graves que essa patologia pode causar em crianças prematuras é o uso de um anticorpo monoclonal, o Palivizumabe, em injeções mensais nesse grupo de risco nos seis primeiros meses de vida.

Pela frequência elevada de infecções pelo VSR, e pela gravidade que elas podem apresentar, uma vacina protetora é extremamente desejável, sendo inclusive considerada de investigação prioritária pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Assim, é muito animadora a perspectiva de em breve podermos contar com esse imunizante. Pelo menos 12 laboratórios informam estar produzindo vacinas candidatas, algumas inclusive em fase avançada de pesquisa, tanto para crianças quanto para idosos. A maioria tem trabalhado com a forma injetável da vacina, mas estão também sendo testadas formulações para uso intranasal. 

Além dos testes em crianças e idosos, estão em andamento pesquisas com seu uso em gestantes no último trimestre de gravidez, com resultados promissores na proteção de seus recém-nascidos. 

Estão também em andamento investigações com formulações combinadas de vacinas para RSV, influenza e COVID-19.

Como várias dessas pesquisas já estão em fase 3, é de se esperar  que em breve possa ser disponibilizada a imunização para o VSR, o que viria a constituir mais um grande benefício para a saúde da população de nosso planeta.

Guido Carlos Levi

Médico do Corpo Clínico da CEDIPI